El Comercio De La República - Brasil no limite?

Lima -

Brasil no limite?




Com inflação persistente, juros recordes de 15 % e novas tarifas de 50 % impostas pelos Estados Unidos a produtos nacionais, o Brasil entra no segundo semestre de 2025 sob intensa pressão econômica e política. A combinação de endividamento crescente, tensão institucional e retrocessos ambientais reabre a pergunta: o futuro do país está em risco?

1. Economia no fio da navalha
O Produto Interno Bruto avançou 1,4 % no primeiro trimestre, mas as projeções de crescimento caíram para 2,3 % no ano. O déficit fiscal estimado em R$ 104 bilhões eleva a dívida para 76,1 % do PIB, enquanto o Banco Central mantém o aperto monetário para domar uma inflação de 5,5 % — quase o dobro da meta de 3 %. O resultado é crédito mais caro, consumo estagnado e alerta de recessão técnica até o primeiro trimestre de 2026.

2. Tensões políticas
A ordem de prisão domiciliar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro aprofundou a polarização: 53 % dos brasileiros apoiam a medida e 47 % a consideram abusiva. Analistas preveem uma disputa presidencial de 2026 ainda mais acirrada, com Lula buscando a reeleição e a direita à procura de nova liderança.

3. Crise de confiança institucional
Pesquisa nacional de julho mostra que apenas 18 % da população avaliam positivamente o Congresso, enquanto a confiança no Supremo Tribunal Federal também despencou. Esse déficit de credibilidade limita a capacidade de aprovar reformas fiscais urgentes e aprofunda a sensação de paralisia governamental.

4. Meio ambiente em alerta
Após um breve alívio em 2023-24, as queimadas na Amazônia voltaram a níveis não vistos em duas décadas: mais de 11 mil focos de incêndio só em julho. O desmatamento cresceu 33 % em comparação ao mesmo mês do ano anterior, impulsionado por cortes orçamentários na fiscalização. A degradação ameaça acordos comerciais e intensifica pressões climáticas internas — enchentes recordes no Sul e estiagens prolongadas no Centro-Oeste.

5. Energia sob risco
O órgão regulador Aneel encara o maior corte de verba de sua história; sem recomposição, passará a operar apenas até as 14 h e já suspendeu inspeções preventivas. A fragilidade regulatória aumenta o risco de falhas em geração e transmissão justamente quando o país depende de hidrelétricas sujeitas à variabilidade climática.

6. Projeções e caminhos
-  Cenário otimista: aprovação de uma reforma fiscal mínima, injeção de crédito direcionado ao setor produtivo e retomada do programa de transição energética poderiam sustentar crescimento de 2 %-3 % em 2026.
-  Cenário base: manutenção do atual impasse político, com juros elevados até meados de 2026, PIB próximo de 1 % e lenta recuperação do emprego formal.
-  Cenário pessimista: escalada tarifária internacional, colapso regulatório no setor elétrico e agravamento da crise de confiança levariam o país a retração econômica e novos protestos de massa já no próximo ano.

Conclusão
O Brasil não chegou a um ponto de não retorno, mas enfrenta um “teste de estresse” simultâneo em frentes econômica, política, social e ambiental. Sem coordenação entre poderes, responsabilidade fiscal realista e proteção efetiva da Amazônia, o limite pode ser ultrapassado. O futuro imediato exige pactos claros, reformas pragmáticas e compromisso inequívoco com a sustentabilidade — só assim o país poderá transformar risco em oportunidade.



Apresentou


Trump e o tarifaço no Brasil

O governo dos Estados Unidos impôs neste início de agosto uma tarifa-base de 10 % sobre todas as importações e penalidades adicionais de 40 % contra o Brasil, elevando o tributo efetivo para 50 %. A medida resulta da nova ordem executiva norte-americana que aplica tarifas “recíprocas” a países considerados concorrentes injustos. Economistas alertam que o choque tarifário tende a agravar pressões inflacionárias globais e encarecer insumos industriais.Exportações em risco, mas menores que há uma décadaApesar de o Brasil ter diversificado parceiros, os EUA ainda absorveram cerca de US$ 35 bilhões em produtos brasileiros em 2024. Itens como aço, celulose, calçados e carne bovina agora entram no mercado norte-americano com metade do valor retido em impostos, o que pode reduzir margens ou provocar desvios de carga para a Ásia.Impacto direto nos mercados financeirosDesde os anúncios preliminares, o real oscilou perto de R$ 5,50 por dólar e o Ibovespa recuou 2,8 % em dois dias, com quedas acentuadas em siderurgia e papel-celulose. Já empresas voltadas ao consumo interno e exportadoras para a China mostraram relativa resiliência, sugerindo rotação setorial entre investidores.O que fazer com seus investimentos?- Proteção cambial: dolarizar parte da carteira ou usar fundos atrelados a moeda forte reduz o risco de desvalorização do real.- Renda fixa indexada à inflação: caso o repasse de custos eleve os preços, papéis atrelados ao IPCA ganham atratividade.- Ações voltadas ao mercado interno: varejo alimentar, energia e saneamento tendem a sentir menos o choque tarifário norte-americano.- Commodities defensivas: produtores de soja e minério podem redirecionar vendas para a Ásia, compensando parte da perda nos EUA.Resposta de BrasíliaO Ministério da Fazenda avalia contestar as tarifas na OMC, mas, no curto prazo, busca acordos setoriais para mitigar o impacto no aço e na proteína animal. Paralelamente, o Banco Central sinalizou que pode intervir no câmbio para conter volatilidade excessiva, reforçando linhas de swap cambial.Cenário de médio prazoAnalistas projetam que, mesmo com o golpe inicial, o PIB brasileiro de 2025 ainda pode crescer perto de 1,8 %, sustentado pelo consumo doméstico e pelo agronegócio. Contudo, a incerteza comercial adiciona prêmio de risco: títulos soberanos brasileiros em dólares já pagam cerca de 25 pontos-base a mais desde o decreto.ConclusãoO tarifaço de Trump não afunda o Brasil de imediato, mas obriga empresas e investidores a reverem cadeias de valor, custos de capital e estratégias de diversificação. Quem ajustar portfólio e gestão de riscos agora estará melhor posicionado para um cenário de comércio mundial mais fragmentado.

Brasil: Crise Econômica em 2025

Brasil enfrenta um momento de grande incerteza econômica. Com projeções de crescimento revisadas para baixo, preocupações com a sustentabilidade fiscal e uma inflação persistente, o país se prepara para desafios significativos em 2025. Além disso, fatores externos e internos, como o cenário político e as tensões globais, aumentam a complexidade do panorama. Neste artigo, exploramos os principais perigos e o que mais preocupa os brasileiros hoje.Cenário EconômicoAs projeções para o crescimento do PIB brasileiro em 2025 estão sendo revisadas para baixo por instituições internacionais. Estimativas que antes apontavam um crescimento de 2,2% foram reduzidas para 1,8%, enquanto outras projeções indicam 2%. O governo brasileiro, por outro lado, mantém uma perspectiva mais otimista, prevendo um crescimento de 2,3% para este ano e 2,5% para 2026. Essa diferença de visões sublinha a incerteza que ronda a economia nacional.Desafios FiscaisA sustentabilidade fiscal é uma preocupação central. Há alertas sobre a necessidade de um arcabouço fiscal sólido e uma reforma tributária para conter o aumento da dívida pública, que já está em níveis altos quando comparada a outros países emergentes. Sem essas ações, o risco de uma crise de dívida séria paira sobre o Brasil.Pressão InflacionáriaA inflação segue como um problema persistente. Projeções apontam que ela pode permanecer acima da meta de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual. Fatores como a depreciação do real e os efeitos prolongados de políticas monetárias mais rígidas alimentam essa pressão, dificultando o controle dos preços.Política e Fatores ExternosO cenário político contribui para a instabilidade. Com eleições no horizonte e possíveis mudanças nas políticas econômicas, a continuidade das reformas necessárias está em xeque. Fora do país, a desaceleração econômica global e tensões geopolíticas podem atingir o Brasil, especialmente por sua dependência de exportações de commodities.Outras PreocupaçõesAlém disso, as mudanças climáticas afetam diretamente o agronegócio, essencial para a economia brasileira. A evolução tecnológica e questões sociais, como desigualdade e desemprego, também geram inquietação entre a população.ConclusãoEm resumo, o Brasil encara um 2025 marcado por incertezas econômicas. Desafios fiscais, inflação elevada e um contexto político e externo instável demandam políticas firmes e reformas estruturais. A resposta do governo será decisiva para evitar que o pior cenário se concretize.

UE: Eleições Austríacas abalam o Establishment

Analisamos a recente sondagem austríaca que deu a vitória ao Partido da Liberdade, de extrema-direita, e explicamos porque é que a bandeira da União Europeia voltou a voar nas instituições europeias.