

Orçamento federal de Trump se aproxima de vitória no Senado
O Senado americano está prestes a aprovar o projeto de lei orçamentário promovido pelo presidente Donald Trump, que inclui bilhões de dólares em créditos fiscais e controle migratório, assim como cortes na cobertura médica.
Antes, os senadores submetem a votação centenas de emendas à "grande e bela lei", como a chama Trump. O objetivo dos democratas é atrasar o máximo possível a votação final e conseguir que os republicanos, que têm maioria no Congresso, rejeitem propostas.
A sessão começou de manhã. O projeto de lei retorna posteriormente à Câmara dos Representantes - que já aprovou sua própria versão -, para a aprovação final.
Trump estabeleceu um prazo simbólico até a próxima sexta-feira, feriado nacional, para que a iniciativa chegue à sua mesa para promulgação.
- Seguro médico -
O presidente pediu aos senadores que aprovem rapidamente o projeto de lei. "Os republicanos precisam permanecer fortes e unidos na reta final", disse em entrevista coletiva a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
O texto prevê a prorrogação dos enormes créditos fiscais aprovados no primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021), elimina o imposto sobre gorjetas e inclui bilhões de dólares adicionais para defesa e controle da imigração.
O Escritório de Orçamento do Congresso, que avalia o impacto dos projetos de lei nas finanças públicas, estimou no domingo que o texto aumentará a dívida nacional em mais de 3 trilhões de dólares (16,4 trilhões de reais) até 2034.
Somente a extensão dos "créditos fiscais de Trump" está estimada em 4,5 trilhões de dólares (24,5 trilhões de reais).
Para compensar parcialmente, os republicanos planejam cortar o Medicaid, o programa público de seguro médico do qual dependem milhões de americanos de baixa renda.
Também se propõem a reduzir o programa de assistência alimentar SNAP e desmantelar os incentivos fiscais para as energias renováveis adotados durante o mandato do ex-presidente democrata Joe Biden.
- Reticências -
A oposição democrata critica os cortes de impostos para os ricos às custas da classe média e trabalhadora, já castigada pela inflação. E na direita, alguns republicanos também estão descontentes.
O senador Thom Tillis declarou que se oporá ao projeto de lei por considerar que a reforma do Medicaid "causaria sofrimento". Trump o atacou publicamente dizendo que ele apenas "fala e reclama".
Tillis anunciou no domingo que não será candidato à reeleição, uma evidência do controle de Trump sobre o Partido Republicano.
Outros conservadores também expressaram sua oposição. O bilionário Elon Musk, ex-conselheiro de Trump que se desentendeu com o presidente por causa do projeto, classificou o texto do Senado como "absolutamente insano" por querer cortar os subsídios governamentais às energias limpas.
"Concede ajuda às indústrias do passado enquanto prejudica gravemente as do futuro", disse Musk, chefe da Tesla e SpaceX e até algumas semanas atrás encarregado de cortar gastos federais através da comissão Doge.
E.Cárdenas--ECdLR