

Anistia Internacional denuncia 'campanha de fome deliberada' de Israel em Gaza
Israel efetua "uma campanha de fome deliberada" em Gaza, denunciou nesta segunda-feira (18) a Anistia Internacional, no momento em que a ONU e várias ONGs continuam alertando sobre uma fome iminente no território palestino, devastado por mais de 22 meses de guerra.
A campanha destrói "sistematicamente a saúde, o bem-estar e o tecido social" na Faixa de Gaza, advertiu a organização em um comunicado, após entrevistar 19 residentes de campos de deslocados e dois membros das equipes médicas que tratam crianças com desnutrição.
Procurados pela AFP, o Ministério das Relações Exteriores e o Exército israelenses não responderam até o momento.
Para a ONG de defesa dos direitos humanos, os testemunhos compilados confirmam que "a combinação mortal de fome e doença não é uma consequência infeliz das operações militares israelenses" em Gaza.
"É o resultado intencional dos planos e políticas elaborados e aplicados por Israel durante os últimos 22 meses para infligir deliberadamente aos palestinos de Gaza condições de vida calculadas para provocar sua destruição física, o que é parte integrante do genocídio que Israel está executando contra os palestinos de Gaza", afirmou a AI.
A Anistia Internacional acusou em abril as autoridades israelenses de cometer um "genocídio ao vivo" no território palestino, o que o Ministério das Relações Exteriores de Israel chamou de "mentiras sem fundamento".
O Cogat, órgão do Ministério da Defesa israelense responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinos ocupados, afirmou em 12 de agosto que não havia "nenhum indício de desnutrição generalizada" na Faixa, refutando os números do movimento islamista palestino Hamas sobre as mortes por desnutrição.
Israel mantém o cerco a Gaza desde o início da guerra, desencadeada pelo ataque sem precedentes de 7 de outubro de 2023 do Hamas contra o território israelense.
Em março, Israel submeteu os 2,4 milhões de habitantes de Gaza a um bloqueio total da ajuda humanitária, que foi parcialmente flexibilizado em maio e depois no final de julho, diante das crescentes críticas internacionais.
O território palestino, que depende totalmente da ajuda, está ameaçado por uma "fome generalizada", segundo as Nações Unidas.
H.Hurtado--ECdLR