El Comercio De La República - Trump e o tarifaço no Brasil

Lima -

Trump e o tarifaço no Brasil




O governo dos Estados Unidos impôs neste início de agosto uma tarifa-base de 10 % sobre todas as importações e penalidades adicionais de 40 % contra o Brasil, elevando o tributo efetivo para 50 %. A medida resulta da nova ordem executiva norte-americana que aplica tarifas “recíprocas” a países considerados concorrentes injustos. Economistas alertam que o choque tarifário tende a agravar pressões inflacionárias globais e encarecer insumos industriais.

Exportações em risco, mas menores que há uma década
Apesar de o Brasil ter diversificado parceiros, os EUA ainda absorveram cerca de US$ 35 bilhões em produtos brasileiros em 2024. Itens como aço, celulose, calçados e carne bovina agora entram no mercado norte-americano com metade do valor retido em impostos, o que pode reduzir margens ou provocar desvios de carga para a Ásia.

Impacto direto nos mercados financeiros
Desde os anúncios preliminares, o real oscilou perto de R$ 5,50 por dólar e o Ibovespa recuou 2,8 % em dois dias, com quedas acentuadas em siderurgia e papel-celulose. Já empresas voltadas ao consumo interno e exportadoras para a China mostraram relativa resiliência, sugerindo rotação setorial entre investidores.

O que fazer com seus investimentos?
- Proteção cambial: dolarizar parte da carteira ou usar fundos atrelados a moeda forte reduz o risco de desvalorização do real.
- Renda fixa indexada à inflação: caso o repasse de custos eleve os preços, papéis atrelados ao IPCA ganham atratividade.
- Ações voltadas ao mercado interno: varejo alimentar, energia e saneamento tendem a sentir menos o choque tarifário norte-americano.
- Commodities defensivas: produtores de soja e minério podem redirecionar vendas para a Ásia, compensando parte da perda nos EUA.

Resposta de Brasília
O Ministério da Fazenda avalia contestar as tarifas na OMC, mas, no curto prazo, busca acordos setoriais para mitigar o impacto no aço e na proteína animal. Paralelamente, o Banco Central sinalizou que pode intervir no câmbio para conter volatilidade excessiva, reforçando linhas de swap cambial.

Cenário de médio prazo
Analistas projetam que, mesmo com o golpe inicial, o PIB brasileiro de 2025 ainda pode crescer perto de 1,8 %, sustentado pelo consumo doméstico e pelo agronegócio. Contudo, a incerteza comercial adiciona prêmio de risco: títulos soberanos brasileiros em dólares já pagam cerca de 25 pontos-base a mais desde o decreto.

Conclusão
O tarifaço de Trump não afunda o Brasil de imediato, mas obriga empresas e investidores a reverem cadeias de valor, custos de capital e estratégias de diversificação. Quem ajustar portfólio e gestão de riscos agora estará melhor posicionado para um cenário de comércio mundial mais fragmentado.



Apresentou


Tesouros ocultos 2025

Depois de um 2024 marcado pela escalada das “gigantes da IA”, 2025 começou com índices renovando recordes ao mesmo tempo em que a expectativa de cortes nos juros dos EUA ganha força – alguns agentes de mercado projetam o primeiro movimento já em setembro, criando um cenário de rotação para setores sensíveis a taxas mais baixas. Mesmo com valuations esticados nas blue chips, persistem bolsões de preço atraente para quem mira o longo prazo.1. TSMC (TSM): a espinha dorsal dos chipsEmbora Nvidia e outras estrelas de IA negociem a múltiplos elevados, a maior foundry do mundo segue precificada a desconto em relação aos pares, mesmo sendo crítica para todo o ecossistema de semicondutores avançados. Analistas destacam que a receita deve acelerar com novos contratos de 2 nm, enquanto o múltiplo P/L permanece abaixo da média histórica do setor.2. Pequenas e médias ligadas à infraestrutura de IAO entusiasmo por big tech ofuscou empresas menores que constroem data centers, implantam redes de fibra e produzem componentes ópticos. Companhias como Sterling Infrastructure, Lumentum Holdings e Argan exibem balanços robustos, margens em expansão e valuations que ainda refletem o fraco desempenho do índice Russell 2000 em 2024. Muitos gestores veem aqui o maior potencial de reprecificação quando o fluxo migra de mega-caps para small caps.3. Hidrogênio verde: Thyssenkrupp Nucera na linha de frenteO mercado global de hidrogênio pode alcançar US$ 500 bi em receitas já em 2025, impulsionado por metas climáticas nos EUA e na Europa. Fabricante de eletrólisadores, a alemã Thyssenkrupp Nucera surpreendeu com vendas 30 % maiores e alta de 14 % nas ações após resultados, mostrando resiliência mesmo diante de incertezas regulatórias.4. Sabesp (SBSP3): saneamento com gatilhos de privatizaçãoUm ano após a desestatização, a companhia paulista avançou 26 % na B3, amparada por backlog de R$ 35 bi para universalizar serviços até 2029 e política de dividendos mais agressiva. O setor de saneamento ainda apresenta penetração inferior à média da OCDE, oferecendo crescimento previsível e protegido da volatilidade cambial.5. Saúde digital: Hinge Health (HNGE) aceleraO IPO de maio valorizou 52 % até agosto, mas o múltiplo de 7,5 × receita segue modesto frente a pares de software médico. A receita saltou 55 % a/a no 2T 2025 graças ao modelo de fisioterapia por IA e à expansão para mais de 2,300 clientes corporativos. A digitalização da saúde, com mercado de terapêutica digital projetado em US$ 18 bi até 2030, sustenta horizonte de crescimento.ConclusãoEm 2025 o debate não é “comprar ou não ações”, mas onde encontrar valor quando os holofotes estão em outro lugar. Fundos de IA, saneamento básico brasileiro, infraestrutura para data centers, hidrogênio verde e saúde digital formam um quinteto capaz de equilibrar crescimento estrutural com preços ainda atrativos. Para o investidor de longo prazo, esses tesouros ocultos podem ser o antídoto contra um mercado cada vez mais concentrado em poucos nomes líderes.

Brasil: Crise Econômica em 2025

Brasil enfrenta um momento de grande incerteza econômica. Com projeções de crescimento revisadas para baixo, preocupações com a sustentabilidade fiscal e uma inflação persistente, o país se prepara para desafios significativos em 2025. Além disso, fatores externos e internos, como o cenário político e as tensões globais, aumentam a complexidade do panorama. Neste artigo, exploramos os principais perigos e o que mais preocupa os brasileiros hoje.Cenário EconômicoAs projeções para o crescimento do PIB brasileiro em 2025 estão sendo revisadas para baixo por instituições internacionais. Estimativas que antes apontavam um crescimento de 2,2% foram reduzidas para 1,8%, enquanto outras projeções indicam 2%. O governo brasileiro, por outro lado, mantém uma perspectiva mais otimista, prevendo um crescimento de 2,3% para este ano e 2,5% para 2026. Essa diferença de visões sublinha a incerteza que ronda a economia nacional.Desafios FiscaisA sustentabilidade fiscal é uma preocupação central. Há alertas sobre a necessidade de um arcabouço fiscal sólido e uma reforma tributária para conter o aumento da dívida pública, que já está em níveis altos quando comparada a outros países emergentes. Sem essas ações, o risco de uma crise de dívida séria paira sobre o Brasil.Pressão InflacionáriaA inflação segue como um problema persistente. Projeções apontam que ela pode permanecer acima da meta de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual. Fatores como a depreciação do real e os efeitos prolongados de políticas monetárias mais rígidas alimentam essa pressão, dificultando o controle dos preços.Política e Fatores ExternosO cenário político contribui para a instabilidade. Com eleições no horizonte e possíveis mudanças nas políticas econômicas, a continuidade das reformas necessárias está em xeque. Fora do país, a desaceleração econômica global e tensões geopolíticas podem atingir o Brasil, especialmente por sua dependência de exportações de commodities.Outras PreocupaçõesAlém disso, as mudanças climáticas afetam diretamente o agronegócio, essencial para a economia brasileira. A evolução tecnológica e questões sociais, como desigualdade e desemprego, também geram inquietação entre a população.ConclusãoEm resumo, o Brasil encara um 2025 marcado por incertezas econômicas. Desafios fiscais, inflação elevada e um contexto político e externo instável demandam políticas firmes e reformas estruturais. A resposta do governo será decisiva para evitar que o pior cenário se concretize.

UE: Eleições Austríacas abalam o Establishment

Analisamos a recente sondagem austríaca que deu a vitória ao Partido da Liberdade, de extrema-direita, e explicamos porque é que a bandeira da União Europeia voltou a voar nas instituições europeias.